domingo, 21 de fevereiro de 2010

A verdadeira face do estresse



Você sabe lidar com a doença? O médico especialista José Moromizato dá dicas de como lidar com a doença, considerada o grande mal do século 21


Você está cansado, a culpa é do stress. Está nervoso, a culpa é do stress. Triste, culpa do estresse. Mas pouca gente sabe que o stress é uma doença e que existe um ramo da medicina contemporânea dedicada a estudar o reflexo das emoções no corpo humano, defendendo a importância de ter a mente saudável e se manter relaxado.

Horas no trânsito, pressão no trabalho, cobranças na vida pessoal, crise econômica, noites mal-dormidas. Estes são apenas algumas das situações causadoras do estresse, que nada mais é que uma reação do organismo frente a fatores externos desfavoráveis. Se a doença não for tratada, outros problemas mais graves podem se manifestar como forma de fuga frente aos problemas.

Moromizato comenta que há uma descarga de adrenalina no corpo, atingindo os aparelhos circulatórios e respiratórios e quando o "perigo" passa, a produção de adrenalina para e tudo volta ao normal. “Quando reprimimos nossos sentimentos, eles vão se acumulando até o ponto que nos machucam profundamente, atingindo algum órgão mais sensível”, alerta.

Ao acompanhar a evolução do quadro clínico de pacientes, Moromizato notou que, muitas vezes, uma moléstia sanada nas salas de cirurgia, como úlceras, voltavam a incomodar, reforçando a suspeita de que a origem dessas doenças era emocional-mental.

Para o médico, a vida atribulada é a culpada. “Deus criou o dia e a noite justamente para trabalharmos à luz do dia, e descansarmos à escuridão da noite. Entretanto, a evolução técnico-científica das últimas décadas não permitiu a continuidade deste hábito e sobrecarregou a mente com informações que devem ser absorvidas a cada instante, já que estas são produzidas e divulgadas em uma velocidade surpreendente, comparada com o início do século passado, onde a incidência do stress era bem menor. Para se ter uma idéia, aproximadamente 30% das pessoas que moram e trabalham em São Paulo vivem sob grande stress”, declara.

Entre as dicas, Moromizato afirma que o auto-relaxamento, praticado em consultório, é um método simples e efetivo, que leva o paciente a um profundo nível de relaxamento e traz alívio aos efeitos do estresse. O médico defende que o método faz parte da redescoberta da meditação oriental pelo ocidente e relata que a sensação de equilíbrio também é acumulativa e reflete no organismo, aumentando os níveis de histamina, concentração, desempenho intelectual, coordenação física, estabilidade emocional e maior capacidade de enfrentamento de doenças.

Além de relaxar, Moromizato recomenta a utilização da oxigenação e a repetição de sugestões positivas durante o relaxamento. “A oxigenação é fundamental para o bem-estar e funcionamento do organismo físico e mental. Podemos ficar alguns dias sem comer ou beber água, mas nosso organismo não suportaria a falta de oxigênio por mais que cinco minutos. Como exemplo, uma das primeiras reações que o organismo manifesta nos primeiros minutos de déficit de oxigenação é o rebaixamento da consciência. Isto leva à evidência de que respiramos menos enquanto dormimos. A atividade cerebral tende a desacelerar, também, quando estamos em estado de descanso. Portanto, a terapia com oxigênio promove a manutenção da atividade cerebral, mesmo em níveis mais profundos de relaxamento. Esse evento torna-se muito importante para a etapa seguinte, que é a repetição de sugestões positivas”, explica.

O indivíduo com a auto-estima recuperada, com o autocontrole desenvolvido e, sobretudo, com o apoio adequado daqueles que o cercam, possui todas as chances de sair deste círculo-vicioso que acaba com a vida de muitos jovens do mundo todo. E a fórmula é simples: paciência, carinho e acreditar que qualquer ser humano consegue solução para seus próprios problemas.

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